
Ontem vi a infantilidade dela. É tão pequena, tão menina, mas ao mesmo tempo vejo que já lhe mostraste tanto. Aposto que não a ves como eu vejo. Pelo menos não a vias assim. Agora já não sei qual a tua opinião, embora as vezes, com esse teu jeito aberto, feliz e sincero, vás deixando escapar, entre frases soltas, sentimentos antigos.
Fiquei a pensar nela antes do sono vir. Deve ser bonita. Deve ter personalidade. Mas mesmo assim, não deixo de a ver como uma criança. Aposto que faz birras por coisas desnecessarias e pequenas, aposto que quando não dizes o que ela quer, apesar da forma arrebatadora como falas, vai amuada encostar-se a um canto qualquer. Aposto que deve sorrir muito e deve ter um olhar cheio de brilho. Aposto que te derretias quando ela telefonava ou quando te acordava daquele jeito tão seu. Aposto que ela é irrequieta e cheia de vida e aposto que agora, apesar de tudo, sente a tua falta. O espaço que ocupavas está vazio mas não foi por querer. Aconteceu... Aposto que, mesmo assim, o tentou preencher, e ainda tenta, mas até hoje sem sucesso. Continua vazio... Aposto que ao fim de semana se obriga a alterar a rotina que era vossa. Já não espera por ti. Agora aposto que convida uma amiga mais intima para um café.
Quanto a ti... Tenho a certeza que ainda pensas nela. Sei-o pelo forma como, ao tentares disfarça-lo, o acentuas ainda mais. Tenho a certeza que no meio do teu dia a dia cheio de vida e recheado de histórias, escondes uma nostalgia noturna. Uma nostalgia, que antes de adormeceres, te leva para longe, para um fim de semana antigo, onde ela, com o sorriso nos labios e o brilho nos olhos te espera ansiosa por dizer " Já tinha saudades tuas...".
1 comentário:
e no entanto talvez seja uma historia trágica com final feliz! :)
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