Quando eu dançava era mais leve. Quando eu dançava era mais livre e era mais eu. Tornava-se tão simples o toque da mão no ar. Simples, firme e sedutor. Todas as danças eram danças de sedução. Demonstrações da exactidão do amor entre os seres sobre a forma de ritmo suado. Músculos contraídos sem dor, sem lágrimas. Só dança.
Pausa.
E no entanto, no dia em que me pediram para falar dela a voz fugiu-me e fez pesar os meus pés e os meus braços e a minha alma partiu. Nesse dia despedi-me da dança sem saber e hoje choro a minha despedida. Sinto falta da sua expressão em mim como quem perde a sua essência com o andar da vida.
Hoje sou menos comunicativa porque não danço. Deixei de gritar com o corpo. Acabaram-se os espasmos de vida. E hoje apercebo-me disso. No entanto, continuo a dançar em pensamento com quem ainda dança com o corpo. Isso faz-me sorrir.
Pausa.
1 comentário:
confirma-se!!!
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